sábado, 26 de janeiro de 2008

Introdução

Este trabalho tem por objetivo fazer um levantamento das lendas que fizeram erguer monumentos artísticos belíssimos e maravilhosos conjuntos arquitetônicos na Grécia.
Em sua forma mais estratificada a mitologia grega, além de ser uma das manifestações mais fascinantes de sua civilização, têm uma importância capital para o conhecimento da pré-história, do sentimento religioso, dos princípios éticos, da mentalidade e da instituição desse povo. Com efeito, sem dúvida alguma, os deuses e heróis que aparecem nos mitos espelham, em geral, o modo de pensar e de agir dos habitantes da Grécia.
Invertendo a frase bíblica, podemos dizer que os homens criaram seus deuses a sua imagem e semelhança, acrescentando-lhes a imortalidade e a onipotência, sem as quais seriam criaturas humanas e não divinas.
Um dos aspectos mais notáveis da mitologia grega é a atitude mais irreverente dos seus criadores, revelando a altivez dos gregos e seu espírito igualitário que os levaram a disputar lado a lado com os deuses suas qualidades e, também, seus defeitos. Os deuses grego apaixonavam-se pelos mortais, odiavam-nos e, até mesmo,
aliavam-se a eles .E de certo modo essas atitudes não nos causam espanto, pois os deuses gregos eram diferenciados dos humanos apenas pela imortalidade e onipotência, qualidades almejadas pelos homens.
A promiscuidade dos deuses é o que dá um encanto todo especial à mitologia grega, “cujo conhecimento proporcionam uma fruição maior da cultura desse povo privilegiado em vários de seus aspectos”.
Não havia na Grécia uma classe sacerdotal organizada e todo-poderosa, como no Egito, para cuidar dos “assuntos religiosos”, nem mesmo “livros sagrados”, portanto, os poetas eram, na verdade, “teólogos” da mitologia. Este fato justifica as diversas versões para uma mesma lenda e as variantes na mesma versão. Algumas versões foram modificadas por mera ordem estética e algumas foram alteradas pelos “oráculos” em seus próprios interesses.
Outro fator modificador das lendas foi a rivalidade entre as várias regiões da Grécia antiga, todas desejosas de aparecerem como pátria dos deuses e palco de suas aventuras.
Os poetas posteriores a Homero também alteraram, e muito, as lendas gregas, pois o tempo diminuiu a santidade dos mitos. Isso não significava, porém, que esses mitos tivessem deixado de ser “expressões sacrossantas da religião oficial” e, ao contrário, em 399 a.C., Sócrates foi condenado à morte, executado ao tentar, entre outras coisas, introduzir divindades em Atenas.
Para agravar ainda mais o problema das variações em torno dos mitos(1) e das lendas(2), as obras dos mitógrafos gregos, conservadas até hoje são de datas relativamente tardias, sofrendo diversos tipos de influências. Não são fontes fidedignas por estarem distanciadas da tradição religiosa.
Mas, apesar da dificuldade de ser estudada, a mitologia grega é um assunto de tal maneira fascinante que resiste a problemas formais, sem sofrer desgastes em sua essência.
Este trabalho divide-se em três partes, que na verdade são duas:
- A primeira e a segunda parte fazem uma apresentação analítica das lendas mitológicas;
- A terceira parte apresenta uma visão geral de cada uma das eras da arte grega acompanhada de obras de arte, pesquisas e análises pessoais sobre a mesma.
Este é um trabalho de pesquisa e análise, não significando, entretanto, que o presente trabalho consista basicamente em cópia de trabalhos ou livros editados e, ao contrário, os trechos retirados de forma integral encontram-se entre aspas. Estão entre aspas também os termos usados na função conotativa.
É importante não esquecer que, por terem as lendas mais de uma versão, a opção foi feita pela versão mais conhecida.

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